quarta-feira, 22 de junho de 2016

Resgate Cultural do Peixe Seco na Enseada da Baleia

Unidos pela Tradição e Respeitando o Meio Ambiente
O peixe seco é uma técnica tradicional, usada pela Enseada da Baleia há mais de 150 anos. Por não ter energia elétrica essa era a única alternativa de conservação do produto, o peixe era comprado das outras comunidades e feito o processamento na Enseada, onde abastecia o Vale do Ribeira e outros Estados, chegando a ser exportado o produto para o Japão. Em 2010 Malaquias, líder comunitário e empreendedor do processo de produção e comercialização, faleceu, com isso a renda da comunidade caiu, os jovens foram embora em busca de trabalho, a comunidade passou por um processo muito difícil de conseguir se adaptar àquela nova situação. Então, em 2010 as mulheres da comunidade iniciaram um trabalho de artesanato, as capacitações, e a Economia Solidária proporcionaram à comunidade conhecimento para que outra maneira de gestão pudesse acontecer, o Grupo de artesanato foi crescendo, dando oportunidade para todas as mulheres, e outras frentes de trabalho começaram a aderir essa nova maneira de trabalhar, baseadas na valorização do trabalho e gestão compartilhada. Em 2015 a Comunidade escreveu o projeto do ProAC – Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo para resgatar o peixe seco e foi contemplada para realizar a melhoria da comercialização, intercâmbio e estrutura para o Grupo. Hoje, as mulheres da Comunidade compram a produção de seus maridos e pescadores da comunidade vizinha (Vila Rápida), escaldam, secam e comercializam, o processamento e o gerenciamento do recurso gerado são feitos pelas mulheres do Grupo. O desenvolvimento e o fortalecimento são nítidos na Comunidade, quando as habilidades são valorizadas, somadas ao respeito, ao trabalho e à união da Comunidade.

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