Plano de ação fitinha da proteção
Todos os dias devemos
trabalhar no combate do abuso da exploração sexual de nossas crianças e
adolescentes. Entretanto, o dia 18 de maio é uma data especial dedicada a
este assunto, em que as organizações ligadas à proteção de crianças e
adolescentes e toda a sociedade trabalham com o objetivo de sensibilizar,
informar e convocar todos a agirem em prol da defesa dos direitos sexuais
de nossos pequeninos.
A ideia da fitinha da Proteção
surgiu, de acordo com a pedagoga Caroline Arcari, depois que o Governo Federal
informou que no segundo semestre 2020, das 43,8 mil denúncias, que chegaram
através do disque 100, apenas 375 foram feitas por crianças e adolescentes.
Notou-se, também, que muitas das crianças sendo questionadas pelas atendentes
não sabiam responder a todos os questionamentos realizados pelas atendentes.
Diante deste quadro se formos pensar naqueles que não são notificados, esse
número é quase imensurável, uma vez que se estima que menos de 20% dos crimes
de violência sexual contra crianças e adolescentes chegam, de fato, ao
conhecimento das pessoas encarregadas de tomar providências. Por isso, a
criação de Projeto que tem por objetivo distribuir nas escolas, instituições
que trabalhem diretamente com crianças e nas comunidades. Esta fita traz
informações importantes da criança como nome completo, idade, endereço e
escola, uma vez que essas são informações relevantes para que elas busquem
socorro junto àqueles que podem acolhê-las, como denunciar o abusador.
De acordo com especialistas, normalmente
a escola é o local onde acontece a maioria das revelações espontâneas sobre a
violência sexual contra crianças e adolescentes, pois habitualmente a vítima
permanece a maior parte do tempo e automaticamente constrói, ao longo de sua
permanência neste espaço, referências positivas com professores, colegas ou
alguém deste meio que lhe proporcione segurança.
“Sendo
assim, é urgente que criemos estratégias que invistam em prevenção na
perspectiva da autoproteção. É importante considerar que essa fitinha é apenas
uma das ferramentas que podem contribuir para o desenvolvimento da autonomia de
crianças e adolescentes perante à denúncia. Mas, a autoproteção deles só é
eficaz se articulada com ações que contemplem a prevenção primária, secundária
e terciária, num contexto em que políticas públicas atendam o público abaixo
dos 18 anos com absoluta prioridade”, defendeu o promotor de Justiça
Cláudio Malta. Na fitinha da
proteção, que será distribuída em escolas e nos bairros, há informações
importantes para que crianças e adolescentes saibam como agir diante de um caso
de violência sexual. Há o número do disque 100 e orientações para que ela tenha
conhecimento sobre a sua idade, data de aniversário, endereço completo ou o
nome da escola onde se estuda.
O CMDCA entregará para as
instituições que trabalhem diretamente com crianças e adolescentes, sempre
remetendo as informações específicas que a fitinha traz, fazendo com que estas
sejam bem trabalhadas para que a criança consiga falar de maneira natural,
exercitando, assim, sua autonomia.
Para que isto ocorra os gestores
serão chamados para uma reunião em que terão acesso ao material de divulgação e
toda orientação pertinente. Estes levarão para os profissionais envolvidos com
esta clientela e que já fazem parte de uma rede de proteção para divulgar e
fortalecer os vínculos das unidades escolares e instituições com as criança e
adolescentes. O objetivo é o fortalecimento dos vínculos emocionais e sociais,
proporcionando autonomia e conhecimento para que elas possam se sentir
fortalecidas a ponto de denunciarem seus algozes.
O público-alvo são crianças e adolescentes
do município de Cananeia, que estão inseridos nas escolas, na assistências
social, no esporte, na cultura e demais instituições.
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