quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Sacolas Plásticas Você vai precisar rever seus conceitos e mudar seus hábitos

Mayra Jankowski e Silmara Guerreiro*
Você entra num estabelecimento, escolhe o seu produto, paga a sua conta e eis que surge a sacola plástica. É ela quem vai transportar sua nova aquisição até o seu lar, seu trabalho, a casa de um amigo. Você já nem percebe mais que isso acontece, como dizem “é automático”. A distribuição é gratuita e de qualquer forma você vai precisar transportar o seu produto. Por que não aceitá-la?
No entanto, nem sempre as compras foram carregadas pelo plástico. No Brasil, até o final da década de 1970 e início da de 1980 os produtos adquiridos em mercados, padarias, farmácias, entre outros, eram carregados em sacos de papel kraft ou em sacolas ou carrinhos de feira que os próprios consumidores levavam até os estabelecimentos. E por que isso mudou? Porque a praticidade do plástico e seu baixo custo conquistaram comerciantes e consumidores que passaram a utilizar as sacolas como sacos de lixo, antes disposto diretamente em latões.
E assim, em nome da praticidade e com um certo incentivo ao consumo, a população selou sua relação de dependência com as sacolas plásticas. E como toda dependência, precisa ser tratada, repensada... Segundo a Campanha Saco É Um Saco do Ministério do Meio Ambiente, a ilusão do custo zero para o consumidor final, oculta o alto custo ambiental do consumo coletivo deste item. Isto porque a gratuidade das sacolas desestimula seu uso moderado, fazendo crescer muito além do necessário o descarte da sacola plástica. Como consequência, há maior desperdício de recursos naturais (utilizados na confecção das sacolinhas, como petróleo e água), maior poluição (causada pelas sacolas soltas nas cidades, matas e corpos d'água), maior ocupação dos aterros e lixões (as sacolas plásticas podem durar até 400 anos) e até morte de animais por ingestão e asfixia.
Se você pensar individualmente, poderá se perguntar: mas as minhas sacolas geram impacto no meio ambiente? Se eu deixar de usá-las vou fazer a diferença? Para ambas as perguntas a resposta é SIM! Já ouviu a expressão “pensar globalmente, agir localmente”? É por aí, é cada um fazendo a sua parte que a história pode mudar. E pensando bem, a atuação individual é o princípio de tudo e a partir da sua atitude, do seu exemplo, outros vão se espelhando e também mudando sua forma de pensar.
Em dezembro de 2012 o uso de sacolas plásticas será proibido no município de Cananéia. A Lei 2.118/2011 regulamenta seu uso e prevê o fim da utilização das mesmas. Até lá você pode exercitar novas atitudes:
- aproveite a sua mochila e coloque o que couber da sua compra dentro dela; -
- sua mochila e sua bolsa podem carregar bolsas retornáveis; -
- quando adquirir produtos pequenos, verifique se eles não cabem na sua bolsa, ou até mesmo no seu bolso; -
- separe o seu lixo úmido do lixo seco e encaminhe o seco para a coleta seletiva1, isso reduzirá significativamente o volume do seu lixo, não necessitando tanto das sacolinhas para armazená-lo; -
- quando realmente precisar usar a sacola, reveja a quantidade necessária para armazenar sua compra. Em muitos casos, pode-se utilizar metade do número usual; -
- aprenda a RECUSAR a sacola plástica e a REUTILIZAR as retornáveis. -
Você pode iniciar um novo hábito revendo os seus conceitos. São suas atitudes individuais que mudam o mundo. Se cada um fizer sua parte, a ação se torna coletiva. Trocar o uso de sacolas plásticas por retornáveis ou biodegradáveis, é apenas uma das ações de consumo consciente. O consumidor consciente tenta conhecer de onde vem, como é feito e pra onde vai tudo aquilo que ele consome. Agora você já sabe das sacolinhas. Pense nisso! Mude de atitude!
1 Cananéia conta com catadores autônomos que passam pelas ruas de Cananeia coletando materiais recicláveis. Entregue seus recicláveis a eles.
* Mayra Jankowski e Silmara Guerreiro são integrantes do Coletivo Educador do Lagamar e buscam ações de Consumo Consciente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário